C
O N V I T E
O Ishtar - Espaço para Gestantes (Recife) convida para o próximo
encontro do grupo, no dia 12/01/2013.
O tema do nosso encontro será:
“Apoio”.
O nosso primeiro encontro do ano é dedicado ao que
muitas vezes é a principal necessidade das gestantes e mães no puerpério, o
apoio. Convidamos as gestantes e suas famílias, doula, amigas etc para juntos
debatermos sobre:
Que tipo de apoio você espera e deseja receber durante
sua gravidez, parto e puerpério? De quem você espera receber apoio? Como dar
apoio a uma gestante/mãe?
Contamos com a sua presença para enriquecer o nosso
debate!
Lembrando: Participe do BANCO
DE VIDROS DO ISHTAR (parceria
com o Grupo “Grávidas e Mamães do Recife” - Facebook). uma iniciativa voluntária, que visa
auxiliar as mulheres na manutenção da amamentação através de doações e
empréstimo de vidros adequados ao armazenamento e pasteurização de leite
materno.
Data:
12 de janeiro de 2013
Horário:
10:00 às 12:30
Local: Mezanino da Livraria Cultura Recife, localizada no Paço
Alfândega, Bairro do Recife.
Mais informações:
(81) 92694187 tim - (81) 99427144 claro – (81)
88559284 oi
Redes de apoio entre mulheres
Não tenho
nenhuma dúvida de que nós, os seres humanos, fomos desenhados para viver em comunidade. No
entanto, o que impera nas grandes cidades modernas é a prioridade de famílias
nucleares, de preferencia constituídas por uma só pessoa. Este sistema costuma
gerar bons frutos económicos, pelo menos para uns poucos.
Por outro
lado, a maioria das mulheres modernas escolhe terminar uma carreira
universitária ou conseguir um bom posto de trabalho, ao invés de ter uma vida
semelhante as de nossas mães e avós.
Mas, quando
– casualmente e contra todos os prognósticos – nasce um filho, a solidão e o
desconcerto para as mães é a moeda corrente. Porque não há comunidade que nos apoie,
nos sustente, nos ampare, nos transmita sabedoria interior, ou satisfaça
qualquer necessidade nossa, seja física, seja emocional.
Muitas de
nós pretendemos atravesar a maternidade utilizando os mesmos parámetros com os
que estudamos, trabalhamos, tomamos decisões, lutamos, nos impomos, ganhamos
dinheiro, elaboramos pensamentos ou praticamos esportes. Confiamos que a
maternidade não poderia ser mais complexa do que lidar com cinquenta empregados
subordinados todos os días. Mas… geralmente comprovamos que se trata de outro
nível de complexidade.
A maior
dificuldade consiste em “deixar o mundo real” para “ingresar num mundo onírico”
da fusão mamãe-bebê, e, ainda que cada uma de nós reaja de forma diferente
durante o puerperio, só na medida em que estejamos bem sustentadas, estaremos em condições de sustentar o bebê.
Hoje, em
muitos casos, não temos aldeia, nem comunidade, nem tribo, nem vizinhança. Às
vezes, sequer uma familia grande. Pois bem, necessitamos criar apoios modernos
e solidários. Do contrario, não é possível entrar em fusão com o bebê. Não é
possível amamentá-lo, nem fundir-se em suas necessidades permanentes.
Nós, mulheres, temos que nos organizar. Uma
possibilidade é criar grupos de apoio, ou de encontro, abertos para que nós, as
mães, encontremos companhia com nossos filhos nos braços, compreensão de nossos
estados emocionais e aceitação de nossas ambivalencias.
Outra figura que na atualidade me parece fundamental
é a “doula”. Há doulas preparadas para acompanhar as parturientes e outras
especialmente treinadas para seguir o processo puerperal. A doula interpreta
a ‘experiência interior’ de cada mãe, apoiando todas as mudanças invisíveis
e traduzindo para a linguagem
corrente a realidade do puerpério. Não se trata de ajudar com o bebê, nem
de oferecer bons conselhos, mas de acompanhar o mergulho no universo sutil e
invisível do recém-nascido. Sua principal função é a de maternar a mãe
para que, então, ela possa maternar a seu filho.
As doulas têm uma função para exercer, nomeando cada
sentimento “absurdo”, desproporcionado ou incompreensível da mãe recente.
Pessoalmente, espero que o ofício de doula ingresse no consciente coletivo
feminino. Que, nós, mulheres, saibamos, durante e depois de parir, que
merecemos naturalmente chamar e solicitar uma doula à domicílio, para que nos
abra as portas dos Mistérios da Maternidade.
Porque a partir de cada mãe puérpera que se
encontra a si mesma, o mundo inteiro se encontra. Cada doula que assiste a
uma puérpera, cura a si mesma e cura outras mulheres. Cada palavra de apoio é
uma palavra de paz e de receptividade ao bebê. As doulas nos instigam a que
confiemos em nossas escolhas, decidindo segundo nossas crenças mais íntimas.
Elas nos lembram que somos merecedoras de todos os cuidados, porque disso
depende o futuro.
Laura
Gutman
Fonte: http://www.lauragutman.com.ar/articulos.html
Tradução: Nélia de
Paula – Coordenadora do Ishtar-Recife e
Tradutora Pública e Intérprete Comercial de Espanhol
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